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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/469

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amigo de seu pae e quasi seu parente a quem votava estima e prestava respeito.

Chegou em fim o momento de ser entregue á sepultura o corpo do finado. O pranto das mulheres redobrou. Marianninha fazia exclamações de cortar o coração. Joaquina carpia-se inconsolavel, envolvendo com o nome do marido o da filha mais velha que lhe fôra arrebatada momentos antes da perda do primeiro. A mão tremula, o braço hesitante, começou Lourenço a impellir para dentro da cova, depois de se haver sumido nella para sempre o seu mudo habitador, com a pá que lhe pezava como barra de ferro, a terra acumulada nas bordas. A tristeza era profunda, solemne o momento, indescriptivel o espectaculo.

— Que será de mim sem meu marido? exclamou Joaquina soluçando.

— Que será de mim sem meu pai? accrescentou Marianninha, desfazendo-se em lagrimas e suspiros.

Lourenço tinha posto na cova a ultima pá de terra. Sua mão descahira sobre o cabo do instrumento.

Por impulso irresistivel de espirito, elle voltou-se para as mulheres, ouvindo aquellas palavras, e disse-lhes: