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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/62

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por você e por mim. Mas por que rasão não me hade dizer o que tem de fazer antes de entrar em obra? Que lhe custa isso? Si me tivesse dito o que vinha aqui fazer, eu não teria sahido de casa com risco de recahir, estando já quasi bom.

— Para que está dizendo isso? Si eu lhe dissesse que vinha cortar juncos na lagôa, você não me deixaria vir. Eu bem o conheço, Francisco.

— Deixava. Porque não deixava? No que eu não vejo razão foi em esconder-se de mim, quando eu já a tinha visto.

— Cuidei que não me tinha visto, sinão eu tinha logo apparecido. Eu disse comigo: «Francisco, não me vendo, volta para casa, e deixa-me tempo de sahir da lagôa nas costas delle.»

— Que lembrança esta, Marcellina! Então as hervas não haviam de declarar-me a verdade?

— Ora! Eu podia dizer-lhe que as tinha comprado ao Manoel da Hora, como disse quando você perguntou donde tinham vindo os cipós.

— E então os cipós tambem foram cortados por você na mata virgem?

— Está bom, Francisco; fiquemos nisso.