Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/63

Wikisource, a biblioteca livre

Você tudo quer saber. Vamos já para casa; Deus queira que não lhe voltem as malditas. Não satisfeito com apanhar esta chuva, ainda queria meter-se na água.

— Marcelina, você faz mal em andar assim só pelos matos. Para que faz isso, meu bem? As vezes aparecem por estas bandas, malfeitores. Ali dentro havia até bem pouco um couto dos negros fugidos do engenho. Quem sabe se não estão metidos lá ainda alguns que seu sargento-mór não pôde descobrir?

— Não se lembre disso, Francisco. Quem é que me há de ofender? Os negros? Eles não. Conheço todos e sei que gostam de mim, porque compro algumas coisas que trazem de seus mucambos. Vamos já, que a chuva está engrossando.

Assim falando, Francisco e Marcelina meteram-se por sob as folhagens, e com pouco estavam debaixo de coberta enxuta.

De outravez achava-se Francisco muito a seu salvo, limpando o seu partido de abacaxis, quando ouviu fortes bateduras na janela da casa.

Receando fosse alguma violência praticada pelos ditos negros, em quem ele, menos crédulo e simples do que sua mulher, não