Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/78

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uma vista d’olhos. Para evitar que estranhos, aproveitando-se dos cajueirais, fossem fazer carvão em sua ausência, tinha ali o senhor de engenho um casal de negros idosos, cuja ocupação não era outra que pôr sentido nas terras, guarda-las de intrusos, tratar dos cajueiros existentes e plantar novos, afim de que se não extinguissem os cajueirais.

Para se ir à palhoça, distante ainda menos de metade de um quarto de légua da estrada, tomava-se por um estreito trilho que desta partia, dentre duas touceiras de capimassú, e se metia para dentro, ocultando-se pouco adiante por traz das primeiras arvores da capoeira.

Um dia, já ao anoitecer, por ocasião de Marcelina entrar para acender a candeia, Lourenço, que passará a tarde amuado sobre um tronco de macaibeira que jazia estendido ao pé da casa, largou-se pela estrada afora. Pouco adiante, no ponto mesmo em que na estrada se encontrava a vereda, lobrigou ele ao longe Francisco, que tomava a casa. Deliberado a fugir da companhia dos seus benfeitores, única intenção que o fizera apartar-se de casa, o menino, para evitar o encontro com o matuto, enfiou pela vereda. Não sabia ele