Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/79

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em que ponto ia ela morrer; mas parecendo-lhe que levava à lagoa, donde tinha visto de tarde chegar Marcelina com um braçado de juncos, e donde se podia ir ao caminho geral por um caminho particular que ela sabia, apressou os passos, e só parou quando, pressentindo gente perto da palhoça, três formidáveis cães, açulados por Benedicto, molecote filho do casal de negros, lhe saíram ao encontro, não para o receberem atenciosamente, como fazem com os de fora os moradores hospitaleiros, mas para o despedaçarem com desabrido furor. Cercado de todos os lados, Lourenço mal se podia livrar dos temíveis defensores de escuso lar, quando de dentro da palhoça correu ao lugar do conflito uma negra apercebida com um jagunço, em atitude de quem o queria desancar.

— Quem é você? quem é você? — perguntou ela, sem fazer o menor gesto aos cães para que se acomodassem.

— Sei lá quem eu sou?! Respondeu com maus modos, Lourenço agitado e colérico da estranha e inesperada recepção. Vi este caminho na beira da estrada e sem ter o que fazer, enfiei por ele, para saber onde vinha dar.