escrevermos, accentuou a obra de regeneração em que se empenharam aquellas duas almas que porfiavam para pôr no bom caminho o menino perdido e infeliz.
Preso pelas mordeduras e contusões á cama, Lourenço a quem nunca em Pasmado acontecera desastre que com este se parecesse, teve occasião de fazer irresistivel e fatalmente o juizo do seu procedimento desde o dia em que cahiu na laxidão das ruas, tabernas e ranchos. O senso intimo, até aquele momento obscurecido pela inexperiência e verdor dos annos, começou a reagir contra as camadas que o impediam de lhe mostrar as trilhas do dever e da sã doutrina.
Marcellina, habil e natural educadora, aproveitara-se do ensejo para aconselhar o menino, tomando lições do acontecimento, a não se encaminhar sinão para o trabalho e o bem.
— Que ias tu fazer, Lourenço, quando os cachorros e os negros cahiram sobre ti? Ias perder-te. Deixavas aqui pae e mãe, que olham por ti com amor e doçura; mettias-te por esse matto a dentro com risco de morreres de fome, de doença ou de mordedura de cobra.
— O que eu queria era ganhar o caminho