Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/88

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devia o lugar que tinha diante do senhor de engenho, achou-se presente com Lourenço à festa rural, que oferecia ao menino novo e indizível encanto.

Não obstante ser quase nômada na povoação, nunca dai saiu este para assistir a festas semelhantes nos engenhos da freguesia pela distancia em que ficavam do lugar. De sorte que, penetrando agora com Francisco no engenho Bujari, experimentou desconhecido prazer.

Um padre veio de propósito para dizer missa na capela e benzer a nova moenda, que se achava adornada com ramos verdes, lembrança e fineza dos negros. Depois da benção, entregou ele ao senhor do engenho a primeira cana, que devia ser moída aquele ano. O sargento-mór meteu-a entre os eixos da moenda, os negros açoitaram as bestas, levantaram urras e vivas, vários moradores e convidados dispararam armas de fogo em sinal de regozijo, enfim encetou-se a moagem.

Lourenço ficou ao principio admirado, perplexo perante aqueles acontecimentos inteiramente novos para ele; dai a pouco, porém, já lhe faltou o tempo para beber do caldo de cana ainda quente, e mais tarde comer do