Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/93

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sobre diferentes coisas que observava, mas não compreendia. Recebia as explicações com visível prazer.

Norando que voltava aos partidos a buscar novos feixes de canas, um carro que acabava de ser descarregado à porta do engenho, Lourenço saltou sobre a mesa dele e deixou-se conduzir aos canaviais de açúcar, coisa que, para bem dizermos, só conhecia de nome.

Quando suas vistas adejaram por sobre aquele mundo de verdura, experimentou sua alma indizível impressão de contentamento.

Eis o que o menino viu.

Formando um cordão, os negros estavam ali a cortar com afiadas foicinhas de mão as canas que outros iam despojando das folhas e atirando no campo, assim privadas da sua verde plumagem. Grandes pilhas delas mostravam-se do meio do imenso tapete de folhas. As hastes, pouco antes graciosas, estavam agora nuas e sem elegância. Sua formosa roupagem cobria o seu leito de morte.

Na véspera tinha sido distribuído aos negros fato novo, que eles traziam ainda sobre o corpo, visto que a festa emendara com o Domingo. Com suas ceroulas e camisas azuis, seus chapéus de palha de pindoba, tão novos