Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/99

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pedia declarasse por quanto vendia, com os respectivos terrenos, a casa feita. O sargento-mór, que achará aquilo singular, e enxergará no ato inocente do padre um assomo de independência e altivez, não querendo por vaidade própria da nobreza daqueles tempos ficar por baixo, declarou que lhe dava de mão beijada casa e terrenos, e disso se lavrou termo.

O novo vizinho foi recebido com alvoroço pela família do Cajueiro. Quem era que por então não tinha em alta estima o sacerdote da religião santa do Crucificado?

Francisco, saltando de contente, para me servir da frase do povo, dizia a Marcelina que dava mostras de sentir dobrado prazer com a nova vizinhança.

— Bem-dita foi a hora em que abri meu sitio nesta estrada. Olhe lá como o Cajueiro está honrado. E daqui a pouco já não haverá quem não queira vir levantar sua casa aqui por perto. Basta saber-se que o capelão de Bujari quis antes morar no Cajueiro do que no engenho, para todo o povo correr para este ponto.

— É verdade, Francisco, é verdade, respondeu Marcelina. Temos agora bem perto de