abrira os diques à eloqüência, banhara-se em controvérsias, e de narinas dilatadas, olhar em fogo, boca espumante de entusiasmo, vibrara o estilete da objeção contra a doutrina da cadeira, com um ar de triunfo que fazia pasmar a classe. Pusera em sobressalto a ortodoxia do professor, discutindo a matéria das vinte e uma proposições condenadas por Alexandre VII em 1665, e, principalmente, a proposição condenada por Inocêncio XII, relativa à validade do sacramento da penitência em face da não idoneidade do confessor. Padre Azevedo apertado da urgência da resposta, cedera muitas vezes à lógica do discípulo, invocando, por fim, a sua autoridade privada para fazer calar o moço discutidor. Antônio saíra da aula dizendo para os companheiros que o levara à parede, o que - agora o reconhecia pesaroso - era duma vaidade pueril.
Uma vez chegara a derrotar completamente o mestre, sustentando com Teodoro de Beza que para a salvação da alma