Saltar para o conteúdo

Página:O precursor do abolicionismo no Brasil.pdf/149

Wikisource, a biblioteca livre

O ADVOGADO

A rasteira conservadora lançou-o, como aprendiz-tipografo, ás oficinas do “O Ipiranga”, um dos melhores jornais do tempo. Dirigiam a folha Ferreira de Menezes e Salvador de Mendonça. Um irmão deste, Lucio de Mendonça, ali trabalhava, preenchendo multiplas funções, como é de praxe em todos os periodicos de pequenas urbes. São Paulo talvez não contasse, nesse ano da graça de 1868, com 20 mil habitantes. O censo de 72 dá-lhe pouco mais de 26 mil.

A solução do “O Ipiranga” surgira naturalmente como uma saída de emergência para as dificuldades momentaneas de Luiz Gama. Pouco se demorou em a nova profissão, pois, no ano seguinte, passava para a redação do “Radical Paulistano”, em que colaboravam Rui, Nabuco, Castro Alves, só para citar os maiores.

Tudo isso, porem, representavam paliativos para contemporizar e permitir o arranco final de Gama. Embora, ele já advogasse, no fôro, em causas de escravos principalmente, estas não eram capazes de lhe garantir o pão quotidiano. E teimando, como teimou até o fim, em fazer da advocacia um sacerdócio a favor de gente que não tinha com que custear as despesas dos processos, não podia essa profissão servir-lhe de esteio econômico, naquela hora.

10 — O. ABOLICIONISMO