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Página:O precursor do abolicionismo no Brasil.pdf/41

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O PRECURSOR DO ABOLICIONISMO NO BRASIL
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Mahin. E assim permanece até hoje, porque a não ser as referências acima, que lhe fez o filho, tudo o mais é enigma na vida do fidalgo. Gama, por pura misericórdia filial, generosamente lhe cobriu o nome com o manto do seu silêncio e levou a tal ponto o seu escrúpulo dessa negativa piedosa que nem mesmo aos amigos mais íntimos nunca fez a mínima confidência nem permitiu a menor alusão a respeito.

Varios e ilustres espíritos, Bernardino José de Souza, Artur Neiva, Borges de Barros, de meu conhecimento, se interessaram pelo problema, sem lograr decifrá-lo. A cortina de fumaça permanece espessa e impenetravel.

Tambem a mim tentou a solução, partindo da afirmativa feita na Carta de que ele fôra batizado, com 8 anos de idade, na Igreja Matriz do Sacramento, na cidade de Itaparica, fronteira á Baía.[1]

Pedí a amigos meus que conseguissem pessoa disposta a ler, no Tombo da Curia Metropoliana da Cidade do Salvador, os livros de assentamentos de batismos daquela Matriz afim de copiar o referente ao nosso heroi.

A tarefa afigurava-se-me simples, uma vez que o neófito se apresentara ás aguas lustrais com idade bem avançada para a cerimônia. Ora, um pretinho Luiz, de oito anos aproximadamente, filho de Luiza, preta não

  1. Alberto Faria, na sua conferencia do Instituto Hist. Nacional, mostrou que o nome de Luiz Gonzaga lhe fora dado «por coincidir o seu natalício com a festa ao padroeiro da juventude cristã». E isso me fazia desconfiar de que ele talvez tivesse sido batizado na recorrência dessa mesma data.