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Página:O seminarista (1875).djvu/149

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paineiras alçavam-se projetando pelo vargedo as sombras colossais. Indolente aragem mal bulia nos ramos dos arvoredos, e somente os pios intercedentes do curiango resvalando pelo chão no vôo rasteiro quebravam o silêncio daquela solidão.

De entre as sombras das paineiras surgiu um vulto esguio e lesto à semelhança de um silfo aéreo que, parecendo nem tocar a terra com os pés, atravessou rapidamente o vargedo penetrou no terreiro, e sumindo-se por baixo da grande figueira foi colocar-se bem junto à janelinha de balaústres.

A favor daquela mudez profunda quem de ouvido afiado estivesse encostado à cerca do terreiro, ouviria um ciciar de vozes abafadas segredando ternuras e entreveladas de beijos, suspiros e soluços a confundirem-se com o frêmito da folhagem, que de quando em quando estremecia a uma frouxa lufada de viração espreguiçando-se nos ramos da figueira.

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— Adeus, Margarida!... adeus!

— Pois já?... um momento! um instantezinho ainda.

— Pois sim... mas se meu pai der por minha