infeliz, acordou finalmente no seio daquela alma ulcerada, e se não pôde acalmar de todo seus sofrimentos e tumultuosas agitações, veio pelo menos dar-lhes um caráter menos sombrio e desesperado.
Eugênio não pôde suportar por mais tempo a triste solidão em que gemia abraçado com a cruz de seu sofrimento. Não sabendo onde achar socorro e consolação para o mal que o flagelava, correu a prostrar-se aos pés do Crucificado, regou-os com suas lágrimas, e beijou-os cheio de contrição e de amor, implorando-lhe que lhe acalmasse aquela febril agitação, que lhe queimava o cérebro, e lhe restituísse a paz do coração.
Desde então começou a sentir de novo aqueles celestes enlevos, que as solenidades religiosas outrora lhe despertavam na alma. No templo, aos sons do órgão sagrado e dos hinos religiosos, seu espírito se arrebatava entre as nuvens de incenso sobre as asas do êxtase e pairava pelo empíreo no meio de coros angélicos. O altar inundado de esplendores e de nuvens aromáticas lhe parecia o escabelo do trono de Deus, o único degrau seguro, por onde se pode subir ao conspecto do Altíssimo. No meio de suas deslumbrantes visões o mancebo invejava dentro da