Página:O seminarista (1875).djvu/97

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— Como é isso, Eugênio?... tinha? então já não tem mais?...

— A falar a verdade, Margarida... - respondeu Eugênio com hesitação - não sei o que te diga... hoje em dia não me acho com muito jeito para padre, não.

— Por quê?...

— Ora por quê?... por quê? pois você não adivinha?

— Nunca fui adivinhadeira...

— Pois está bem claro. Para ser padre é preciso que eu não olhe mais para você, que não te queira mais bem, e que nem me lembre de você... e isso é coisa que eu não posso, é teimar à toa, não posso fazer.

— E o mais é que é verdade, Eugênio; você tem razão. Eu também - para que hei de mentir?... -, eu também, cá comigo, não tinha lá grande vontade que você fosse padre, não; para sempre é uma coisa que mete respeito, e até faz medo. Oh! meu Deus! e como é que eu havia de me acostumar a ter respeito a você?... Para isso era preciso deixar de te querer bem, e isso eu não posso mesmo, e de mais a mais não quero ser mula-sem-cabeça, não... cruz! Deus me defenda!

— Ah! ah! ah! - como é isso, Margarida; mula-