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Página:O sertanejo (Volume I).djvu/219

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o sertanejo
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     — Eu logo vi que só você, Flor, era capaz de fazer o milagre !

     — Pois eu sou a fada encantada ! disse a moça, fazendo com este gracejo uma allusão aos brincos da infancia.

     Flor dirigiu-se á casa acompanhada pelos dois. Pouco adiante encontrou Alina com as escravas, que a ficáram esperando, enquanto ella acodia ao chamado da ama.

     O olhar doce e melancholico de Alina fitou-se no semblante de Arnaldo, que nem pareceu dar por sua presença. O sertanejo ia completamente alheio de si, e preso do condão que o arrastava máo grado seu. Não tinha consciencia do que fazia, nem já se lembrava do sacrificio que exigiam de seus brios.

     Irresistivel devia ser a paixão que submettia assim um caracter indomavel e altivo ao ponto de roja-lo na humilhação, ao simples aceno de uma mulher !

     Ao sair da matta, Flor avistou ao longe, no terreiro, o capitão-mór, sentado á sombra da oiticica, ao lado de D. Genoveva. Voltando-se para Arnaldo, que a seguia maquinalmente, mostrou-lhe o vulto do fazendeiro.