Página:O sertanejo (Volume II).djvu/163

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não conseguia senão afligir-se; e se passava o capeta ao cipó, então é que êle endemoniava-se. O capitão-mór não olhava para essas coisas; e o Louredo, conservando uma impossibilidade que nunca se desmentia, bem longe de proibir ao filho essas estrepolias, ao contrário o acoroçoava, deixando-o fazer quanto queria.

Trouxeram uma tarde um cavalo bravo para que o Louredo o amansasse, pis não havia melhor campeador naquela redondeza. O vaqueiro conhecendo que o bicho era manhoso, tratou de amaciá-lo antes de saltar-lhe em-cima.

— Eu quero montar! gritou Arnaldo.

— Estás doido, menino? dizia a Justa, apoderando-se dele por segurança.

— Tu não podes com êle, Arnaldo! disse o pai.

— Ora, se posso!

— Pis monta; aí está.

O menino pulou no cavalo, que desencabrestou-se com êle aos corcovos. Afinal, depois de uma luta que não sustentariam tão bizarramente destros cavaleiros, o animal conseguiu lançá-lo fora, e atirou-o de cambalhota pelos ares.

— Aí está o que você queria, sr. Louredo! gritou a Justa que não cessara de rezar.