Página:O sertanejo (Volume II).djvu/164

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— O menino tem sua sina, mulher, respondeu Louredo mui descansado. Se êle escapar das façanhas em que se mete, é porque Deus o protege e quer fazer dele um homem; se não escapar, é melhor que Nosso Senhor o leve para o céu, enquanto não sabe o que é êste mundo.

Outra vez foi um novilho bravo, a que se tinha de torar os chifres. Arnaldo teimou em segurá-lo. O pai desatou o laço do moirão e entregou a ponta ao filho, dizendo-lhe com a voz pachorrenta:

— Toma lá; mas se tu me largas o novilho e o deixas fugir, meto-te o rêlho, cabrinha, tão duro como um osso.

Arnaldo segurou a ponta do laço, enleou-a no pulso para não escorregar, e disse ao pai com o maior topete:

— Largue!

O novilho arrancou pelo campo afora, e o Arnaldo lá foi com êle aos trambolhões. Por fim o menino revirou de todo no chão; e o barbatão levou-o de rasto. Aos gritos de Justa, que vira a cena de longe, adiantou-se o Louredo para livrar o filho dos apertos.