— Êste ninho, se o quiser, há de pedir-me a mim, disse Arnaldo.
— Não peço.
— Pois então fica sem êle.
— Vou pedir a meu pai.
— Não tenha êste trabalho.
De um salto Arnaldo ganhou o tabocal e voltou com o ninho cheio de ovos, pois os anuns andam em bandos, em tal regime comunista, que até os filhos são promíscuos.
— Está vendo? disse Arnaldo mostrando o ninho.
Foi tão forte a tentação de Flor à vista dos lindos ovos, azues como turquesas, que a menina esteve por pouco a ceder de sua tenção; mas venceu o capricho. Ela voltou desdenhosamente as costas.
Arnaldo atirou o ninho ao chão e esmagou os ovos com o pé. Alina soltou um gritozinho de dôr, lembrando-se dos passarinhos que alí se estavam gerando e das mãezinhas deles.
Flor levantou os ombros com desprêzo.
— Há muitos ninhos de anuns, disse ela.
— Eu vou tirá-los todos, e quebrar os ovos,