Página:O sertanejo (Volume II).djvu/198

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em cima; a cisterna estava intacta; somente notou-se que a argamassa de um lado estava fresca; mas atribui-se à umidade.

O capitão-mór estava no auge da sua ira sempre formidável, e embora repelisse a idéia de atrever-se alguém a auxiliar a fuga do selvagem, protestava, se tal coisa houvesse acontecido, condenar o criminoso a ser enterrado vivo.

No meio das indagações que fazia o potentado, apareceu D. Flor, que ouvindo falar do acontecimento, exclamou:

— Eu sei quem foi!

— Quem deu escapula ao gentio? perguntou o capitão-mór.

— Sim, meu pai. Foi Arnaldo.

O capitão-mór ouvindo êsse nome voltou-se com um senho terrível para o rapazinho também alí presente:

— É verdade! disse o filho do Louredo tranquilamente.

Flor não medira o alcance de suas palavras. Maravilhada com o heroísmo de seu camarada, cuidou que os outros o admiravam como ela, e quis restituir a glória da proeza a seu desconhecido autor.