capitão-mór, quando êle pedir-me contas de sua filha?
Flor hesitou um momento: depois velou-se de uma fria impassibilidade, fez-se estátua, e caminhou para o sertanejo.
— Leve-me a meu pai.
Arnaldo suspendeu a donzela em seus braços robustos, recomendando-lhe que envolvesse a cabeça e o busto no gibão de couro para defender-se dos galhos e espinhos. Com êsse precioso fardo preparou-se para romper o meto.
Nesse transe não se lembrou o mancebo que estreitava o corpo gentil de uma donzela. O que êle carregava era uma relíquia ou a imagem de uma santa, e as formas encantadoras que êle palpava no seio eram de jaspe ou marfim.
Jó pedira a Flor que rompesse um fôlho de seu vestido. Enquanto Arnaldo desaparecia com a donzela na espessura, o velho esgueirou-se na direção oposta esgarçando a tira de pano pelos crauatás e unhas de gato.
O sertanejo chegou depois de algumas voltas a uma brenha atravessada por um trilho de veado. A meio dessa vereda caíra um grosso toro que a atravessava.