Página:O sertanejo (Volume II).djvu/309

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da noite, de novo atravessou o cêrco, mas desta vez para dirigir-se à caverna de Jó.

O velho dormia; despertando ao rumor dos passos de Arnaldo, viu ao tênue vislumbre que entrava pelas fendas o vulto do mancebo.

— Arnaldo!

— Preciso de ti, Jó.

— E por quem ainda ando eu, alma penada, por êste mundo, filho?

Arnaldo contou ao velho o que sucedera aquela noite na Oiticica.

— Anhamum chegou.

— Ouví os seus passos.

— Êle possue um veneno que mata, e outro que faz dormir apenas.

— Conheço.

— Tu lhe pedirás uma seta ervada que faça dormir um homem.

— E um arco.

— Sabes atirar com êle?

— Outrora eu flechava as andorinhas no ar.

— Posso contar contigo?

— Conta com Deus, filho, se êle quiser abençoar-te.

— Não te demores.