Página:O sertanejo (Volume II).djvu/66

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tromba. Corajosa como era, não se atemorizou a donzela; mas tomada de surpresa como fôra, tinha hesitado um instante e tanto bastou para frustrar a sua calma e destreza. Quando o baio, obedecendo ao sofreio que o empinou, já rodava sôbre os pés para saltar e pôr-se fora do alcance do touro, êste chegava como a bala de um canhão.

Então um urro medonho encheu o espaço abafando o grito de aflição, que ao mesmo tempo escapara dos lábios de D. Genoveva e de Alina.

Arnaldo advertido pelo primeiro mugido do touro, volvera o olhar para o ponto, e vira a fera já no meio da carreira com que investia para a moça. Alina ouviu um arranco. Era o sertanejo que passava por diante dela, como um turbilhão.

D. Flor que se considerava já ferida pelas pontas do touro, admirou-se de estar ainda montada no baio, o qual se arrojara ao lado; e de achar-se incólume, sem outro dano além de um leve rasgão de sua roupa de montar. Voltando o rosto para o lugar, compreendeu então a donzela o que se passara.