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Eu não detesto nem maldigo a vida,
Nem do despeito me remorde a chaga,
Mas ah! sou pobre, pequenino e debil
E sobre a estrada o viajor me esmaga!
Que faço triste no rumor das praças?
Que busco pasmo nos salões dourados?
Verme do lôdo me desprezam todos,
O pobre e os grandes de esplendor cercados!
Fere-me os olhos o clarão do mundo,
Rasgam-me o seio prematuras dôres,
E, á mágoa insana que me enluta as noites,
Declino á campa na estação das flôres.
E ha tanto encanto nas florestas virgens,
Tanta belleza do sertão na sombra,
Tanta harmonia no correr do rio,
Tanta delicia na campestre alfombra...
Que inda podéra reviver de novo,
E entre venturas flutuar minh’alma,
Fanada planta que mendiga apenas
A noite, o orvalho, a viração e a calma!