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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/205

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O chão nu e escarvado p'las torrentes
Trêmulo se fendeu...
Da serrania a lomba escaveirada
O raio enegreceu.
 
Cede a floresta ao arquejar fremente
Do rijo temporal,
Ribomba e rola o raio, nos abismos
Sibila o vendaval.
 
Nas trevas o relâmpago fascina,
A selva se incendeia...
Chuva de fogo pelas serras hirtas
Fantástica serpeia...
 
Amo a voz da tempestade,
Porque agita o coração...
E o espírito inflamado
Abre as asas no trovão!
 
A minh'alma se devora
Na vida morta e tranqüila...