Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/267

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NINI
(Vai à taverna e volta.)
Eis aqui uma bela empada fria,
Uma garrafa e copo.

PUFF, quebrando o copo
O Demo o leve!
Eu sou como Diógenes: só quero
Aquilo sem o que viver não posso.
Deitado nesta laje, preguiçoso,
Olhando a lua, beijo esta garrafa...
E o mundo para mim é como um sonho.
Creio até que teu ventre desmedido,
Como escura caverna, vai abrir-se,
Mostrando no seio iluminado
Panoramas de harém, sultanas lindas
E longas prateleiras de bom vinho!

NINI
Dou começo ao poema. Escuta um pouco.