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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/274

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VIII

O Bobo fez as covas. Na montanha
Enterrou os irmãos. E quanto à moça,
Pelo braço a tomou chorosa e fria,
Foi ao paço e, na gótica varanda,
De coroa real e longo manto,
Falou à plebe, prometeu franquezas...
Impostos levantar e dar torneios.
Falou aos guardas: prometeu-lhes vinho...
Falou à fidalguia, mas no ouvido...
E prometeu-lhe consentir nos vícios
E depressa fazer uma lei nova
Pela qual, se um fidalgo assassinasse
Algum torpe vilão, ficasse impune...
E nem pagasse mais a vil quantia
Que era pena do crime; e alto disse
Que havia conquistar países novos.