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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/291

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Vem nua e bela procurar amantes...
— É doida por amor da noite a filha.
 
As nuvens são uns frades de joelhos,
Rezam adormecendo no oratório...
Todos têm o capuz e bons narizes
E parecem sonhar o refeitório.
 
As árvores prateiam-se na praia,
Qual de uma fada os mágicos retiros...
Ó lua, as doces brisas que sussurram
Coam dos lábios teus como suspiros!
 
Falando ao coração... que nota aérea
Deste céu, destas águas se desata?
Canta assim algum gênio adormecido
Das ondas mortas no lençol de prata?
 
Minh'alma tenebrosa se entristece,
É muda como sala mortuária...
Deito-me só e triste sem ter fome
Vendo na mesa a ceia solitária.
 
Ó lua, ó lua bela dos amores,
Se tu és moça e tens um peito amigo,