Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/60

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      E auras brandas e as agoas visinhas
      Murmurião no ouvido silente;
      Cada flor â noitinha de leve
      Com o orvalho se inclina tremente;

      E se encontrão nos céos as estrellas,
      Sâo as agoas d’azul mais escuro,
      Tem mais negras as côres as folhas,
      Desse escuro o céo vai-se envolvendo
      Docemente tão negro e tão puro
Que o dia acompanha — nas nuvens morrendo,
Qual finda o crepusculo — a lua nascendo.


Compara e vê.

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A toi pour la vie ( — Loco e sempre — como era a divisa italiana do Antony).


Azevedo.




Luiz.

S. Paulo, 18 de avril 1849.

Queixas-te de mim. Dizes-me que te esqueço.

E comtudo nào tens razáo. Fui e sou teu amigo. — Emquanto aqui dentro do peito bater-me quente o coração, teu nome acordará nelle uma pulsação; emquanto houver vida em minha alma, haverá nella uma lembrança