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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/103

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illudião! renunciar aos raros instantes de voluptuosidadc que fazião presentir a ventura e erão-na quiçá!

E na verdade um dia, uma hora da vida, não é bastante, uào é de sobra? Agandecca! Tu me disseste palavras que valião um anuo de glorias, tu me déste transportes que valião mais que nm seeulo de descanso. Essa noite, amanhãa tu me darias um beijo que apagaria todas as torturas da minha vida e fizera de mim o rei da terra e do céo.

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Lua... brisa da noite... Cala-te, poeta; és um louco. — Quem te vale um adeos? Quem te dará uma saudade?


A ultima scena é a passagem de mysterio, é a nevoa que abraça nos seus seios o arcano do drama. É o Dr. Acroceronius que passa pelos pomares de palacio : a noite deslisava bella, e da montanba de Lego ia o ancião contemplar o eclypse da lua. 0 astrologo e o poeta caminhão juntos pela senda da vallada; ha um iman de altracção que enlaça a sciencia e a poesia. A poesia é a analyse - a sciencia é a synthese; a poesia o prisma — a sciencia a belleza núa. A poesia e a sciencia abraçadas são a vida e a luz — a taça bella onde o vinho do saber se aroma dos méis do sentimento...

Talvez a critica achasse que morder no desenlace daquella idéa; talvez que um riso lhe viesse ao desvairado dàquella imaginação terminando seu mystico drama como Alexandre Dumas tinha de lindar o conde de Monte-Christo — por um mysterio... Aldo o bardo perdendo-se