escrevia em castelhano a sua Diana, Bernardes, Sá de Miranda, Camões, mesmo Camões, trovaram muitas de suas inspirações da língua da mãe-pátria.
Da epopéia de Camões, perdoe-se-nos o erro, se é que o há em dizê-lo, é que data a inteira separação de literaturas e, em Portugal, o timbre de apurado estudo estudo e a preferência das falas nacionais.
As línguas separam-se de então e as literaturas também; pois, segundo nosso muito humilde parecer, sem língua à parte não há literatura à parte. E (releve-se-nos dizê-lo em digressão) achâmo-la por isso, senão ridícula, de mesquinha pequenez a lembrança do Sr. Santiago Nunes Ribeiro, já dantes apresentada pelo coletor das preciosidades poéticas do primeiro Parnasso Brasileiro. Doutra feita alongar-nos-emos mais a lazer por essa questão e essa polêmica secundária que alguns poetas e mais modernamente o Sr. Gonçalves Dias parecem ter indigitado: saber que a nossa literatura deve ser aquilo que ele intitulou nas suas coleções poéticas - poesias americanas. Não negamos a nacionalidade desse gênero. Crie o poeta poemas índicos, como o Thalaba de Southey, reluza-se o bardo dos perfumes asiáticos, como nas Orientais Víctor Hugo, na Noiva de Abidos Byron, no Lallah-Rock Thomas Moore, devaneie romances à européia ou à chinesa, que por isso não perderão sua nacionalidade literária os seus poemas. Nem trazemos a