Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/252

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(Na Itália-Um vale, montanhas à esquerda.-Um rio torrentoso à direita -No caminho uma mulher sentada no chão acalenta um homem com a cabeça deitada no seu regaço.)

Macário( cismando): Morrer! morrer! Quando o vinho do amor embebeda os sentidos, quando corre em todas as veias e agita todos os nervos parece que esgotou-se tudo. Amanhã não pode ser tão belo como hoje. E acordar do sonho, ver desfeita uma ilusão! Nunca!. . Olá, mulher, afasta-te do caminho. Quero passar.

A Mulher: Não o piseis não, ele dorme. Dorme. está cansado Não vedes como está pálido? Coitado!

Macário: Sim: está pálido: não é o luar que o faz lívido. Eu o vejo. É teu amante? A lua que alveja tuas tranças grisalhas ri de teu amor. Messalina de cabelos brancos, quem apertas no seio emurchecido? Tão alta noite, quem é esse mancebo de cabelos negros que adormece no teu colo? . Como está pálido... Que testa fria... Mulher! louca mulher, quem acalentas é um cadáver.

A Mulher: