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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v3.djvu/143

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Na saudade, na lua macilenta
Sequioso ar bebia!
 
Se nos sonhos da noite se embalava
Sem um gemido, sem um ai sequer,
E que o leite da vida ele sonhava
Num seio de mulher!
 
Se abriu tremendo os íntimos refolhos,
Se junto de teu seio ele tremia,
E que lia a ventura nos teus olhos,
É que deles vivia!
 
Via o futuro em mágicos espelhos,
Tua bela visão o enfeitiçava,
Sonhava adormecer nos teus joelhos...
Tanto enlevo sonhava!
 
Via nos sonhos dele a tua imagem
Que de beijos de amor o recendia...
E, de noite, nos hálitos da aragem
Teu alento sentia!
 
Ó pálida mulher! se negra sina
Meu berço abandonado me embalou,