Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/226

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Já dos parentes, dos amigos vossos
Se vão juntando e vêm correndo os grossos
Esquadrões, que pertendem desde a Serra
Fazer aos ímpios a sangüínea guerra;
Mas tu sucedes, Albuquerque invicto,
No bastão a Fernando; o Rei prescrito
As ordens te tem já, porque temperes
O orgulhoso furor: não consideres
Tão segura porém a tua entrada;
A vil conspiração mal apagada
Inda ao longe te forja e te fulmina
Nos levantados Chefes a ruína.

Tens ao teu lado a próvida influência
Do pátrio Gênio; contra uma violência
Outras suscitarei; lá desde o seio
Das mesmas Minas, um incêndio ateio
Nos ilustres Pereiras: estes passam
A disputar co'os outros e se enlaçam
Em vingar os domésticos insultos.
Vós e os mais vossos passareis ocultos
E disfarçados aos distritos, onde
Dos rebeldes o número se esconde.
Lá convosco estarei, e... prosseguia,
Mas de uma e outra parte concorria
Buscando o Herói a comitiva, crendo
Que aos matos se entranhara e que,
perdendo Talvez o rumo, duvidoso errava.
Faria já com eles se ajuntava,
E Garcia, que o rosto traz magoado
Do sucesso infeliz que tem notado.

Tudo desaparece neste instante
Ao assombro da nuvem, que diante
Da penha condensara o Gênio astuto.
Um chuveiro cerrado desde o bruto