16 | Odes Modernas |
Os cultos com fragor rolam partidos;
E em seu altar os deuses cambaleiam;
E dos heroes os osses esquecidos
Nem um palmo, sequer, do chão se alteiam!
Os nossos Immutaveis eil-os idos
Como as chammas no menote, que se ateiam
Na urze secca e a arage ergue um momento,
E uma hora após são cinza... e leva o vento!
Ó duração de sonhos! fortalezas
De famo! rochas de illusão a rodos!
Que é dos santos, dos altos, das grandezas,
Que inda ha cem annos adorámos todos?
As verdades, as biblias, as certezas?
Limites, fórmas, consagrados modos?
O que temos de eterno e sem enganos,
Deus - não póde durar mais que alguns annos!
Thronos, religiões, imperios, usos...
Oh nuvens de pó alevantadas!
Castellos de nevoeiro tão confusos!
Ondas umas sobre outras conglobadas!
Que longes que não tem estes abusos
Da forma! Troias em papel pintadas!
Babylonias de nevos, que uma aragem,
Roçando, abala e lança na voagem!