Mauricio mandou para casa o cavallo, no proposito de seguir os primos a pé. Estes enviaram tambem para o Cruzeiro os cães, as espingardas e os mais petrechos de caça.
Os dois manos riram por muito tempo da prosapia do regedor e não se deram por satisfeitos, senão depois de terem conseguido fazer tambem rir Mauricio que, ao principio, tentou admoestal-os.
— Deixemos o assumpto — disse a final o padre — que destino levas?
— Nenhum.
— N'esse caso vem por nossa casa, que não te has de arrepender.
— Que ha lá?
— Vem e saberás.
— O José recebeu hontem do Douro uns cascos promettedores — explicou o doutor.
— Adeus, adeus; ahi estás tu a desfazer a surpreza. Deixa-o vir.
— Vou — respondeu Mauricio — mas havemos de seguir o caminho que eu disser.
— Mas por onde diabo queres tu ir?
— Temos empreitada?
— Tambem vos prometto que se não arrependerão — insistiu Mauricio.
— Ó rapaz, se são olhos pretos e cabellos fartos, dize, e vamos lá vêr isso — alvitrou o padre.