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OS MAIAS
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— ­Está bom, está bom, basta de tolices! Já cavallaram bastante. Senta-te ahi ao pé da sr.ª Viscondessa, Thereza... Olhe essa travessa do cabello... Que desproposito!

Sempre detestára ver a sobrinha, uma menina delicada de dez annos, brincar assim com o Carlinhos. Aquelle bello e impetuoso rapaz, sem doutrina e sem proposito, aterrava-a; e pela sua imaginação de solteirona passavam sem cessar idéas, suspeitas de ultrages que elle poderia fazer á menina. Em casa, ao agasalhal-a antes de vir para S.ta Olavia, recommendava-lhe com força que não fosse com o Carlos para os recantos escuros! que o não deixasse mecher-lhe nos vestidos!... A menina, que tinha os olhos muito langorosos, dizia: «Sim, titi.» Mas, apenas na quinta, gostava de abraçar o seu maridinho. Se eram casados, por que não haviam de fazer néné, ou ter uma loja e ganharem a sua vida aos beijinhos? Mas o violento rapaz só queria guerras, quatro cadeiras lançadas a galope, viagens a terras de nomes barbaros que o Brown lhe ensinava. Ella, despeitada, vendo o seu coração mal comprehendido, chamava-lhe arrieiro; elle ameaçava boxal-a, á ingleza; — ­e separavam-se sempre arrenegados.

Mas quando ella se accomodou ao lado da Viscondessa, gravesinha e com as mãos no regaço — ­Carlos veiu logo estirar-se ao pé d’ella, meio deitado para as costas do canapé, bamboleando as pernas.

— ­Vamos, filho, tem maneiras, rosnou-lhe muito secca D. Anna.