quando uma caleche de praça, aberta, o cruzou a largo trote. Dentro um sujeito de chapéo baixo ía lendo um grande jornal.
— É o Craft! gritou Ega, debruçando-se pela portinhola.
O coupé parou. Ega de um pulo estava na calçada, correndo, bradando:
— Oh Craft! oh Craft!
Quando, d’ahi a um momento, sentiu duas vozes approximarem-se, Carlos desceu tambem do coupé, achou-se em face d’um homem baixo, louro, de pelle rosada e fresca, e apparencia fria. Sob o fraque correcto percebia-se-lhe uma musculatura de athleta.
— O Carlos, o Craft, gritou o Ega, lançando esta apresentação com uma simplicidade classica.
Os dois homens, sorrindo, tinham-se apertado a mão. E Ega insistia para que voltassem todos á Villa Balzac, fossem beber a outra garrafa de Champagne, a celebrar o advento do Justo! Craft recusou, com o seu modo calmo e placido; chegara na vespera do Porto, abraçara já o nobre Ega, e aproveitava agora a viagem áquelle bairro longinquo para ir vêr o velho Shlegen, um allemão que vivia á Penha de França.
— Então outra cousa! exclamou Ega. Para conversarmos, para que vocês se conheçam mais, venham vocês jantar comigo amanhã ao Hotel Central. Dito, hein? Perfeitamente. Ás seis.
Apenas o coupé partiu de novo, Ega rompeu nas costumadas admirações pelo Craft, encantado com aquelle encontro que dava mais um retoque luminoso