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OS MAIAS

— ­Oh, nò, sir!

E se a dôr reapparecesse, ainda que ligeira, mandal-o logo chamar...

— ­Oh yes, sir!

E ali deixava o seu bilhete, com a sua adresse.

— ­Oh thank you, sir!

Ao voltar á sala, o Damaso saltou do sophá, onde percorria um jornal, como uma féra a quem se abre a jaula.

— ­Credo, imaginei que ias lá ficar toda a vida! Que estivestes tu a fazer? Irra, que estopada!

Carlos, calçando as luvas, sorria, sem responder.

— ­Então, é cousa de cuidado?

— ­Não tem nada. Tem uns lindos olhos... E um nome extraordinario.

— ­Ah, Rosicler, murmurou Damaso, agarrando o chapéo com mau modo; muito ridiculo, não é verdade?

A creada franceza appareceu outra vez a abrir a porta da sala, — ­dardejando para Carlos o mesmo olhar quente e vivo. Damaso recommendou-lhe muito que dissesse aos senhores, que elle tinha vindo logo com o medico; e que havia de voltar á noite para lhes fazer uma surpreza, e para saber se tinham gostado de Queluz — ­si ils avaient aimè Queluz.

Depois, ao passar diante do escriptorio, metteu a cabeça, para dizer ao guarda-livros, que a menina estava boa, tudo ficava em socego.

O guarda livros sorrio, e cortejou.

— ­Queres que te vá levar a casa? perguntou elle