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OS MAIAS
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A sr.ª Adelia baixou as palpebras, acariciou com os dedos calçados de luvas pretas a sua trouxasinha redonda, e disse mais baixo estas palavras:

— ­Não tinham, não senhor. Nem a senhora consentia em tal arranjo... A senhora gosta muito do marido, e tem muitos ciumes d’elle.

Houve um silencio embaraçado e desagradavel. Sobre o toucador o resto da vella acabava, com uma luz lugubre. E Ega, que affectara sorrir, encolher os hombros, dava pelo quarto passos lentos e murchos, triturando o bigode com a mão tremula.

Então Carlos enojado, cançado d’aquelle episodio que durava desde a vespera, e onde constantemente se remexera em lodo, declarou que era necessario findar! Eram oito horas, e elle queria jantar...

— ­Sim, vamos todos jantar, murmurou o Ega, com o ar confuso e embaçado.

De repente fez um signal á sr.ª Adelia, arrastou-a para a sala, fechou-se lá outra vez.

— ­Você não está farto d’isto, Craft? exclamou Carlos, desesperado.

— ­Não. Acho um estudo curioso.

Esperaram ainda dez minutos. Subitamente a vella extinguiu-se. Carlos, furioso, gritou pelo pagem. E o garoto entrava com um immundo candieiro de petroleo — ­quando Ega, mais composto, voltou da sala. Tudo acabara, a sr.ª Adelia partira.

— ­Vamos lá jantar, disse elle. Mas aonde, a esta hora?

E elle mesmo lembrou o André, ao Chiado. Em