Página:Os descobrimentos portuguezes e os de Colombo.djvu/230

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e da Terra Nova por Gaspar Côrte-Real está hoje tão completamente demonstrada, depois que o sr. Harnin e o sr. Patterson publicaram os seus excellentes trabalhos, que nos parece escusado insistir na refutação das pretenções dos dois Cabots, venezianos ao serviço da Inglaterra. É realmente curioso e estranho, que as descobertas portuguezas, apenas são feitas, encontram logo echo em todo o mundo, e as descobertas estrangeiras, que destruiriam as nossas, tanto em segredo se fazem, que só depois se suppõe reconhecel-as por uma referencia vaga ou por um documento apocrypho. Apenas Gaspar Côrte-Real volta da Terra Nova, apressa-se Pedro Pascaalijo, embaixador de Veneza (de Veneza, que é a patria de Cabot) a communical-a ao seu governo, Alberto Contino ao duque de Mantua. Das viagens de João Cabot só se deprehende que podia ser que tivessem existido, por uma d’essas referencias vagas que temos mencionado. Mais ainda. Henrique VII de Inglaterra, em cujo proveito fizera Cabot a sua expedição, dá a 19 de março de 1501 a mais larga e avultada doação que é possivel imaginar-se a tres negociantes de Bristol, Richard Warde, Thomaz Assehepurat e John Thomaz, associados com os açorianos João Fernandes, Francisco Fernandes e João Gonçalves, para que fossem explorar, descobrir, povoar e dominar todas e quaesquer terras nos mares oriental, occidental, austral, boreal ou septentrional,