gallo invisivel, cousa extremamente desagradavel. Verificou-se que a pedra foi posta ali por uns fantasmas.
De noite, quando troveja, se apparecem homens a voar entre as nuvens avermelhadas, são os taes fantasmas. Ha uma mulher que mora no Grande Mielles e que os conhece. Uma noite, em que havia fantasmas n’uma encruzilhada, essa mulher vendo um carroceiro que não sabia por onde seguir, gritou-lhe: Pergunte-lhes o caminho; é gente benefica, e bem educada, com quem se póde conversar. Aquella mulher é com certeza feiticeira.
O judicioso e sabio rei Jaques I mandava ferver ainda vivas as mulheres dessa especie, provava o caldo, e pelo gosto, dizia: É feiticeira; ou: não é feiticeira.
É para lamentar que os reis hoje não tenham daquelles talentos, que faziam comprehender a utilidade da instituição.
Gilliatt, não sem motivos serios, tinha fama de feiticeiro. Num temporal, á meia-noite, estando Gilliatt sozinho no mar, dentro de uma lancha do lado da Soumeilleuse, ouviram-n’o perguntar:
— Ha lugar para passar?
Respondeu-lhe uma voz de cima dos penhascos:
— Pois não! animo!
A quem fallaria elle senão a alguem que lhe respondia? Parece-nos que isto é uma prova.
Outra noite de temporal, tão negro que nada se via, pertinho da Catiau-Roque, que é uma dupla fileira de rochedos onde os feiticeiros e as cabras vão dansar á sexta-feira, houve quem reconhecesse a voz de Gilliatt no meio deste terrivel dialogo: