Página:Os trabalhadores do mar.djvu/627

Wikisource, a biblioteca livre

II.


A MALA DE COURO.


Desde madrugada Saint-Sampson estava de pé e Saint-Pierre Port começava a chegar. A ressurreição de Durande fazia na ilha um rumor comparavel ao que fez no meio dia da França a Salette. Havia multidão no caes para contemplar o cano que sabia da pança. Tinham vontade de ver e tocar na machina, mas Lethierry, depois de repetir, e á luz do dia, a inspecção triumphante da mecanica, tinha posto na pança dous marinheiros encarregados de impedir que ninguem se approximasse. O cano, porém, bastava á contemplação. A multidão pasmava. Só se fallava de Gilliatt. Commentava-se e acceitava-se a alcunha de engenhoso, a admiração acabava sempre por esta phrase: «Nem sempre é agradavel ter na ilha gente capaz de fazer cousas destas.»