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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/20

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Eledia. [1] Que dadiva, Pretor! pois imaginas
Que Eledia desfrutar quer melhor ſorte,
Que o reſto das afflictas Turdetanas?
Quando em ferros Oſmîa conſidero
Quando a minha Naçaõ bramir eſcuto
Vagarei neſtes Atrios ocióſa
Qual folha errante qu'inda o vento agita ?
Naõ imagines tal: inda algum dia
Tu livre me verás... mas á virtude
D'outra maõ deverei a liberdade,
E Rindaco ſerá...

Lucio. [2] Que! naõ reparas
Como acumula inſulto ſobre inſulto ?
A' prizao que apetece a reſtitue [3]
Ao bem que deſeſtima dará preço.

Eledia. [4] Confunde-te (malvado) aos ferros torno.

Lelio. Eledia generoſa, [5] os ferros larga:
Eu debalde naõ fallo e tu [6] reſpeita
A quem o meu favor diſtinguir ſabe.
Vai Lucio, e reverente infórma Oſmîa De Eledia ter chegado.

Eledia. Ceos! que eſcuto?

Lelio. Ella decidirá ſe a quer comſigo. [7]

 
SCENA VI.
 
ELEDIA, e o PRETOR.

Eledia. COmo póde caber tanta virtude
No peito de hum Romano!

Lelio


  1. Com altivez
  2. Para o Pretor.
  3. Moſtrando as cadêas.
  4. Com furor, lançando maõ das cadêas que Lucio lhe larga.
  5. Tira-lhe as cadêas, e as dá a hum dos guardas.
  6. A Lucio com ſeveridade.
  7. Parte Lucio por hum dos corredores mais proximos á boca do Theatro.