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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/23

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Se algumas novas trazes, deſejalias
Nao me faças mais tempo. Taõ horrivel,
Taõ digna de deſprezo, como julgas,
Oſmîa nao ſerá; ſe tudo ouvires.

Eledia. Quaes novas? qual conforte?... que direito,
Romana, podes ter para inquirir-me?
A teus prazeres torna: em paz me deixa.

Oſmîa. Eu Romana!... Eu!... prazeres!... rodeada
D'acerbas amarguras! Ah! piedade
Tem de minha afflicçaõ. Fazer inutil
Naõ queiras o ſocorro que em ti buſco.

Eledia. Pois tu és quem me buſcas ?

Oſmîa. Eu amiga;
De mil, e mil anguſtias opprimida, <brAo Romano roguei que te fizeſſe
Para aqui conduzir. O teu conſelho
A tua virtuoſa auſteridade,
E mil outros motivos, que diſſera,
Se o furor que em ti vejo naõ truncaſſe
Na garganta as palavras, me fizeraõ
Humilhar a pedir. Eu!.. que mandava,
Eu!.. que fui atégora obedecida.

Eledia. Quem ſe humilha a pedir franquea o paſſo
A que ſempre a ſoberba Leis lhe imponha.

Oſmîa. Mas ſe virtude obriga a que preſcinda,
Da nativa altivez...

Eledia. E que virtude
He capaz d'influir huma baxeza?
Quando em ferros curvadas ſe laſtimaõ
As tuas companheiras, tu t'empregas
Em prender roupas, e eſtudar adornos?

Oſmîa. [1] Que terrivel infania te poſſue!
Teu furor te conduz arrebatada
A julgar-me indefeza. O fauſto, o traje,

Que

  1. Com afflicçaõ.