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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/58

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A coragem dos Póvos ſuffocada.
Tempo virá, nem tardará já muito,
Em que Oſmîa conheça que devidas
Saõ as lagrimas ſuas ao Conſorte.
Naõ, naõ; de mais naõ faz ſe s'anguſtia.
De mais... quanto inda deve?... e porque tarda?
Ah! [1] que infiel talvez s' encontra Oſmîa!

SCENA VI.
 
OSMÎA, e o VETAÕ; eſte quando OSMÎA chama, volta do acto de deſeſperaçaõ, em que ſe conſervava, ſem attender ao que ſe paſſava no Theatro.
 

Oſmîa. [2] QUe voz!... Oh! Ceos que tom de voz
eſcuto ?
Os paſſos...a figura... hum ſentimento
Interior... Veraõ! [3] ah!...

Vetaõ. Oſmîa Oſmîa.
Mas que eſtranho veſtir!
[4] Que! tu ſopportas
Tamanha humiliaçaõ! Tu minha Eſpoſa!

Oſmîa. Conſorte... quanto poſſo... Naõ ſei como...

Vetaõ. Oſmîa ſe confunde!... [5]

Oſmîa. Quando afflicta
Temia ouvir a nova confirmar-ſe
(Nova fatal) de feres falecido...

Rindac. [6] Pois ſe vivo me vez, que te perturba?
Senaõ he que inda hum reſto de virtude

Con-

  1. Retirando-ſe apaixonado para o fim do Theatro
  2. Obſerva o Vetaõ
  3. Volta Rindaco, e corre a abraçar Oſmîa.
  4. Tendo-a nos braços.
  5. Affaſta-a de ſi com deſabrimento.
  6. Interrompe-a com impaciencia.