CANTO I
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Doce o zumbir da abelha; a voz do infante
Nas primeiras palavras que profere;
A melodia languida e distante
Que das cordas da lyra a mão desfere;
Doce ao avaro a vista do seu oiro;
Doce uma prêsa ao marinheiro errante.
É para nos d'um jubilo profundo
Herdar d'um tio, que por teima infinda
Promettia esperar o fim do mundo;
Porém mais doce do que tndo ainda
É de certo o primeiro amor da vida,
Transpirando d'um seio pudibundo!»
Dil-o o grande poeta. E, na verdade,
Não ha nada no mundo comparavel
Ao que a alma sente quando, em certa idade,
Se volve para nde o rosto affavel
Da primeira mulher que nos promette,
Num sorriso, a ideal felicidade.