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Página:Paquita; poema em XVI cantos, Bulhão Pato, 1894.djvu/46

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PAQUITA

Serena como a face da virtude,
Alegre como o sol da madrugada,
Suave como a nota do alaúde,
Risonha como a aurora perfumada,
Era a vida dos dois, e é quasi sempre
A nossa, ao despontar da juventude.


Dura pouco! O destino, em certo dia,
Chega, fere, destroe com mão terrivel
As chimeras da leve fantasia!
E como um d'estes golpes é sensivel,
Quando virgem ainda se alimenta
O coração dos sonhos da poesia!


Dona Eugenia era nobre, rica, e franca;
A seu tempo julgara conveniente
Que o sobrinho estudasse em Salamanca.
Julgando elle o contrario exactamente,
Cuidou morrer á idéa de ausentar-se
D'essa que amava com affecto ardente.