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Página:Paquita; poema em XVI cantos, Bulhão Pato, 1894.djvu/56

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PAQUITA

Mansinho a porta que ao jardim deitava
Entreabriu o hespanhol. Ella no braço
Do venturoso amante se amparava,
Mal podendo firmar o incerto passo.
Desceram ao jardim, por onde a brisa,
Rescendendo fragrancias, suspirava.


Sobre o mais basto da florída relva,
Mollemente inclinada jaz a bella;
Gemente agora como a voz da selva,
Quando a sacode o vento da procella,
O mesmo rouxinol na mesma balsa
Sólta inspirado outra canção singela.


Ó timida innocencia, ó flor mimosa,
Quantos perigos este mundo encerra!
E tu, incauta, n'haste melindrosa
Sorris alegre contemplando a terra!
Ai! que não sabes como é breve a aurora,
Que nas campinas aviventa a rosa!