IV
Á VIRGEM DO AMPARO
Tu, por Deus entre todas escolhida,
Virgem das virgens, tu, que do assanhado
Tartareo monstro com teu pé sagrado
Esmagaste a cabeça entumecida:
Doce abrigo, sanctissima guarida
De quem te busca em lagrimas banhado,
Corrente com que as nodoas do peccado
Lava uma alma, que geme arrependida:
Virgem, d’estrellas nitidas c’roada,
Do Espirito, do Pae, do. Filho eterno
Mãe, filha, esposa, e mais que tudo amada:
Valha-me o teu poder, e amor materno;
Guia este cego, arranca-me da estrada,
Que vai parar ao tenebroso inferno!
Bocage.